domingo, 25 de novembro de 2012

teatro anônimo

Excessividade sem exceção preocupação exacerbada é preocupante digo isto porque uma menina de uns 13 ou 14 anos é muito preocupada com as provas acha que nunca vai dar tempo de estudar pensa que um dia inteiro é muito pouco e muita coisa para começar a produzir algum tipo de reflexão mas nada se produz enquanto pensa excessivamente constatou ela verdade é o caso de uma garota com sérias crises de alto-estima não diria isso exclusivamente acho que o tempo não está lhe ajudando sente que as horas evaporam sem mais nem menos como as terríveis noites que tanto os fantasmas lhe assolam para dormir nem isso ela consegue: pegar no sono ela fica zonza zonzando zunindo palavras de luz evocando pela paz que tanto precisava em um mundo tão acelerado não tem mais lugar para o descanso é um descaso com todos nós ela não pára para fazer outras coisas está angustiada tonta irreverente ápatica cansada querendo sentar em sua poltrona e desligar a luz ou melhor acender a luz invisível aos seus olhos mas necessária em seu cotidiano em sua vida de menina atarefada que não tem tempo para mais nada nem para escrever um texto que tanto ama ou uma crônica que tanto mais era um desabafo do que qualquer outra coisa a crônica era uma benção não precisaria explicar por que escrevia só transcrevia o que sentia e do que gostava e não gostava era assim um livro sem ponto como isso aqui que para ela tá mais do que uma crônica é um humor sem graça uma peça monótona cujas cortinas nem abrem nem cessam mas ventam diariamente em um teatro anônimo

domingo, 4 de novembro de 2012

Ser ou não ser opinião?

Vejo muitas pessoas, inclusive eu, vendo-se obrigadas a ter uma opinião sobre as coisas. Repetindo: muitas pessoas. Não que todas sejam assim. Mas, para que ter opinião? E, ainda por cima, uma opinião artificial, em prol das pressões internas e externas de se enquadrar em um mundo cada vez mais desumano? Não sei. Aliás, isso dá nojo. Somos obrigados a formar opinião sem vontade alguma. Sem interesse natural, que nasça de nossa própria vontade de aprender e assimilar diversos assuntos...
Sim, isso está ficando cada vez pior. Deveríamos nos sentir livres e sem obrigação alguma de opinar. Porque, aliás, a opinião mais sincera sai de forma natural, espontânea, desinteressada. Só penso isso. Não quero impor minha opinião como a correta, como a Verdade. Quem sabe, não seja apenas uma verdade relativa? Que partiu de mim, da minha livre vontade de expressar minha opinião sobre opinião - e isso é gostoso, saudável. Temos vontade de conversar com outras pessoas, sem precisar provar que conhecemos tudo e a todos.
Apesar disso, não podemos negar que gostamos de demonstrar que temos um certo interesse, uma certa tendência a julgar uns aos outros, de acordo com suas respectivas respostas, opiniões ou falta de opinião. Por que fazemos isso? Não sei dizer. Só digo que até o "não sei dizer" é uma opinião. Então, teríamos todos, de um jeito ou de outro, uma opinião? Sim. E pondero: para mim, a opinião nada mais é do que a liberdade de dizer de não se ter uma opinião.