sábado, 31 de março de 2012

Vossa raiz

Os pássaros que assobiaram nos tempos de rei-rainha são outros agora. É aquela metáfora insana que norteia essas vidas puras e selvagens nossas. Agora, mais selvagens do que nunca. Confundimo-nos com animais loucos, desenfreáticos, irracionais. Talvez, não mais do que talvez... sempre fomos assim. E agora, mais do que nunca. Nenhuma pérola glamourosa foi tão bonita como hoje em dia... jamais! A beleza ideal sempre existiu e, hoje, está banalizada. Aquela jóia concreta revestida de brilho abstrato desfez-se em bijouteria barata.
Eles imaginam um mundo melhor, mas só imaginam. Ou será que fazem algo para melhorar? Aliás, quem são eles para julgar o que é certo ou errado? Progresso ou retrocesso? Não têm ideia da imensidão do Universo. Afinal, a imensidão transcende os sentidos humanos. Quando eles começarem a entender de coisas grandes, todos se deixarão levar pela embarcação. Ninguém sobra. Só são deixados para trás os que estão à frente de seu tempo, do senso comum. Esses não entram. São humilhados. Exterminados. E é por isso que talvez, não mais do que talvez, a Terra é redonda: não vamos para frente, nem para trás. Permanecemos no mesmo lugar.
Você, entretanto, diz gostar de inovar. Diz ser diferente. Acredita em uma contentação descontente. Acredita no absurdo - na sua esquisitice. Reclama da vida, das pessoas, da tolice de alguns, da infantilidade de muitos. Você... você não é assim. Mas você pensa no fundo do seu coração como todos são imbecis. E você se sobressai. Você é a peça exótica do quebra-cabeça. Em um mundo tão devastado como o nosso, a esperança é a última que morre. E você vai sobreviver, porque você fez por merecer: criticou, ou melhor, teve a coragem, como poucos, de criticar, gritar. Mas nada fez.
E eu... eu sou inocente! Não mereço isso. A vida me desmerece.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Constelação individual

Um dos momentos mais chocantes de todos os tempos...porque a paciência, uma de nossas maiores virtudes, se esgotou. Bem que sabemos... mas nada fazemos. Aliás, pra que fazer? Fazer o quê? Se falta de vontade é o que mais nos consome. É... falta de vontade! Talvez, isso aconteça porque já temos muito... e o muito nos sobrecarrega de tal maneira, que pesa. Dói as costas. Dá uma dor de cabeça! É um fardo interminável. E quanto mais reclamamos, maior é o cansaço. Precisamos descarregar a carga eletromagnética de nosso campo energético. Temos tanto pra sermos pouco...
E é por isso que tudo está um caos... não conhecemos nossa verdadeira identidade. Estamos todos, de fato, passando pela fase da puberdade, na qual a incógnita do "ser ou não ser" cede lugar ao "ter ou não ter". Sendo assim, ao invés de acharmos que somos um problema, pensaremos sempre em ter problemas. Quando na verdade, os obstáculos estão em nós mesmos e na nossa incapacidade de mergulhar em dimensões mais profundas da órbita interna.
E isso, nem mesmo a ciência explica.

terça-feira, 20 de março de 2012

Museu do Ipiranga: um recorte Paulista

Museu do Ipiranga: um recorte Paulista
Visitantes contam suas experiências e gosto pelo museu

De: Juliana El Taouil Azar

Em meio a tantos museus em uma cidade cuja população excede a marca de 11 milhões de habitantes, o Museu do Ipiranga (Museu Paulista) é um marco do país. Inaugurado em sete de setembro de 1895, o museu se consolida como símbolo representativo da Independência do Brasil.
O edifício, cujo acervo destaca essencialmente a história de São Paulo, recebe desde "fregueses" a visitantes novatos. É o caso de Érica Cardoso, 35, "É a primeira vez que venho aqui", conta a dona de casa. Natural de Rio Claro, Érica diz ser o primeiro passeio que faz em São Paulo desde que chegou. "O museu é perto de onde moro, o preço é barato", afirma.
A interiorana fala, ainda, que a qualidade do acervo foi o que mais lhe chamou atenção. "É tudo tão organizado", elogia. "É bom conhecer a história, a cultura para melhorar o futuro", conclui.
O desenhista Marco Antônio Machado, 54, é um "freguês" do museu. "Venho desde garotinho", se orgulha. Ele afirma ter um sítio em São Vicente, onde algumas ruínas são da época de Frei Gaspar da Madre de Deus. Segundo o desenhista, as áreas estão sendo limpas e muitos acervos foram encontrados. "Achamos peças no meio do mato, na água, e não sabemos o que são", conta.
Por isso, ele diz estar guardando essas peças, procurando desvendá-las: "Estou tentando identificá-las vindo ao museu. Tento estabelecer uma relação entre as peças encontradas com o acervo do museu", explica. Além disso, Marco Antônio revela gostar também de fotografias antigas, "Pego fotografias antigas na internet, vou ao local, fotografo e faço um comparativo com as obras do museu", acrescenta.
Visitante pela primeira vez do Museu do Ipiranga, Joel Júnior, 35, mora no interior de Tocantins e afirma estar adorando a nova experiência. "É  um lugar bonito, agradável, tradicional, com uma arquitetura legal", admira o médico.
"No ensino fundamental, via as gravuras nos livros de história e aqui eu vejo pessoalmente", se maravilha Joel. O médico diz ainda que conhecer o museu proporciona uma interação mais forte com a história e o faz crescer culturalmente. "Acho estimulante", confessa.
O casal Palmira Pedro, 82, e Eduardo Giácomo, 83, já frequentou muito o museu e o conhece bem. "É um ponto turístico. Muitos estrangeiros vêm, principalmente japoneses", afirma Palmira. Para o casal, o edifício é maravilhoso, um lugar pitoresco e histórico. "Lembro-me de acervos como o Avião Jaú, o primeiro a fazer a travessia do Atlântico", recorda o marido, emocionado.




segunda-feira, 12 de março de 2012

Are you cutting edge?

E quando você menos espera, avista todo um novo horizonte na vida. Claro que é sempre bom inovarmos e inventarmos nossa felicidade.
E agora que eu pergunto:
'Are you cutting edge'
E eu respondo, no mais frio dos meus sorrisos:
'Always'.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Reflexo

Sentada no braço da poltrona, sublime paisagem jaz apreciava para lá daquelas redondezas. Aquelas lá, bem, bem longe... onde só se ouve o silêncio do vácuo que preenchia aquele coração vermelho de sangue, literalmente. Por nada fazia tudo. Tudo que vinha à cabeça oca daquele reflexo. Seria só um reflexo? Seríamos somente um reflexo? Torturada com questões infinitamente abstratas, não há nada de concreto que possa lhe convencer do contrário. Nada. Só lhe resta consentir que da vida nada se recebe, senão o nosso perdão maior: nós mesmos.
De nada adiantava pensar, se afinal, o pensamento só adiava a liberdade de viver livremente. Tudo vem. E volta. E talvez tudo fará sentido, se aprender a valorizar cada instante das estações oscilantes do tempo perdido e vasto que colhe diariamente em seu quintal de virtudes.
E se um dia tiver certeza de que a felicidade conquistada não é ilusória, o reflexo que eu era nada mais era do que um simples reflexo que achava ser.