terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Celebração

É, meu instinto está falando alto neste momento. Não há nada melhor do que se sentir em casa, ter a certeza de estar feliz comemorando um grande passo. Um passo que vai me guiar intensamente, servindo como um elo com o meu futuro. Quem diria, eu quero conhecer o mundo! Conversar com novas pessoas, trocar idéias, emoções, me sentir mais eu e me conhecer melhor, conhecendo os outros ao meu redor. Que euforia! Olhar para o mar que contemplei não muito tempo, mas pude sentir sua salinidade penetrando minha alma e banhando meu corpo; mais limpo agora. E me colocar diante de um céu maravilhoso, de esperanças, me faço emocionada. Pelo vazio do nada. Por tudo que avisto e sinto dentro de mim, fora de mim. Me coloco agora sentada escrevendo, sem pressão sobre a qualidade de minha escrita. Ninguém pode julgar assim. Por que ficar julgando as pessoas toda hora? Para que? Isso não vai acrescentar em nada, diz meu espírito. E é verdade. Faça o que é certo, não hesite muito. Faça aquilo que tem de fazer. Faça para você e por você. Fará muito aos outros, diz meu anjo. Procure o caminho todo dia e sempre aja a favor do justo, da verdade, do que for relevante para você. É o único jeito de se sentir bem, eu me sinto ouvindo a melodia das canções que me tocam a alma; coisa pura, natural. Porque ao final de tudo, temos o que mais precisamos: de nós mesmos. O que fazemos de nossas vidas é o reflexo do que temos a volta. Por isso que não adianta ficarmos contestando cada coisa, cada detalhe. Pois a mudança surge sim, mas isso depende de ti. Faça por merecer e abra a janela de seu quarto, deixe que a melodia que te encanta saia pela mesma janela e chegue com intensidade na vida das pessoas.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mãe, chega mais!

- Mãe, o que está fazendo?
- Nada, filho. Estou apenas pensando.
- No que?
- Não é da sua conta. Vá brincar, garoto. Daqui a pouco te chamo pra jantar.
Alex foi para a varanda do seu quarto e por ali ficou sentado acariciando seu cachorro.
- Sabe, Tory - olhou para o cachorro - a mamãe anda tão estranha ultimamente. Eu não entendo ela. Às vezes só quero ajudar, mas parece que acabo atrapalhando. Ela me acha muito moleque ainda...
O cachorro nada fazia, apenas cheirava o perfume das lindas orquídeas brancas da sacada.
Alex fitava tristemente o cachorro e continuou:
- Você é tão útil pra ela. Mamãe nunca reclama de você, impressionante! Você suja a sala toda, faz xixi no tapete, late, lambe e dorme. E ainda por cima, acorda todo mundo nas madrugadas de feriados. Corpus Christi, lembra? Não podíamos ir direito pro centrinho só pra ficar na sua pele. E você ainda se faz de coitado...
- Alex, vem jantar! - chamou a mãe.
- Não tô afim, nã...Não vou! - exclamou emburrado.
- A comida vai esfriar! Se você não vier, não vamos ir no cinema! - replicou.
- Tá, tá bom. Tô indo.
O menino sentou-se à mesa com a maior discordância e inconformidade. Estava esperando que a mãe se desculpasse pelo silêncio que criara naquela casa. Mas não foi como desejava ser. Nunca fora. Mesmo sem o pai ali, a mãe arcava com tudo. Era como se fosse mãe e pai ao mesmo tempo.
- Mãe, esta sopa tá fria e horrível! Você realmente não sabe cozinhar. A comida da vovó é melhor, muito melhor!, disse insensível.
- Basta! Não vamos mais sair! Você vai ficar preso no quarto e eu não quero saber. Ou você me obedece ou vai pra rua! - gritou descontroladamente.
- Por que? O que eu fiz? - perguntou indiferente.
- Você? Nada! Sou eu! Eu sou o problema desta porcaria de casa!
- Menos o Tory, né mãe? Eu acho melhor eu sair daqui, o Tory vai te entender melhor do que ninguém, não é mesmo? - provocou o garoto.
- Ele me respeita.
O silêncio finalmente se quebrara. Talvez era esse o segredo de sua mãe. Um dos segredos mais difíceis de serem contados ou até mesmo compreendidos.
- Mas eu também te respeito, mãe. Eu só queria que confiasse em mim! - choramingou Alex.
- Nunca disse não confiar em você, filho. Só que de vez em quando, a mamãe precisa ficar um pouco sozinha, entende?
- E de vez em muito, preciso de você, mãe. Me sinto só muitas vezes. Meus amigos foram todos em um acampamento lá em Barra Bonita.
- E por que não foi, Alex? - perguntou a mãe, curiosa.
- Ah, sei lá...Não queria te deixar sozinha, sabe...Você ia ficar bajulando o Tory e nem ia sentir minha falta. Por isso que quis ficar.
O menino sorriu e concluiu:
- Vai me dizer que você ia conseguir ficar aqui sem eu te enchendo a sacola?
A mãe, não acreditando nas palavras do menino, gargalhou como nunca:
- Tá bom, filho. Bora pro cinema!



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Encenação

Me vi em um dia de poucas palavras. Melhor assim de vez em quando. Enquanto estava na sala em silêncio, fechei os olhos como de costume. Cruzei minhas mãos e respirei fundo. Acho que todos ao meu lado faziam o mesmo. Hesitei um instante, mas logo pensei que não precisava provar nada a ninguém. Melhor assim.
Voltei à pé para casa nesta chuvinha de verão de quase todas as noites. Subitamente, deparei-me com minha mãe cozinhando para os filhotes: eu e mais dois garotos. Jantamos. Foi bom. Foi ótimo. Maravilhoso. Foi justamente durante o jantar que tagarelei como nunca e dei boas risadas. E agora estou séria demais, pensando em tudo simultaneamente. Chega de oscilações por hoje.
Vou mesmo é ouvir meus cd's de músicas, desde os flashbacks dos anos setenta e oitenta até o bom e velho rock n' roll. Vou me sentir tão bem e leve. Nada como uma boa canção.
Sentei em minha poltrona e liguei o som. Era a música que me arrepiava toda. E me fazia vibrar também.
Por fim, estava feliz e dancei o resto da noite.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Por isto

vou esvaziar minha mente. me fazer contente. e voltar a sorrir. de algum jeito. olho para a criança dentro de mim e vejo que não há por onde. sempre fui assim. não tenho nome. sou perdida dentro de minha convicção. já me vi várias vezes. cansei de tentar sem fazer. vou caminhar lenta e prontamente para realizar um grande desejo. tenho vários dentro dele. não quero falar mais. escrever me consome tanto que me revelo sem querer. mas nunca me mostrei. e não pretendo. o que revelei foi apenas minha vontade de dizer. o quanto é bom escrever. amo o que faço. seria a chave para abrir novas portas? e me perder mais ainda? certamente. é bom se perder às vezes. é dolorido também. mas cansei de tentar sem fazer. porque o que eu guardo é algo a ser compartilhado. eu sei bem. mesmo não sabendo ainda. mas tenho a convicção de um certo amor que anda vagando perdido por aí dentro de mim. não quero perdê-lo. se eu quiser, não vou. é só relaxar agora. só isso mesmo? quem diria! ninguém nunca vai saber efetivamente como relaxar. a não ser aqueles que não sabem e não procuram. estes são os mais sábios. todos são e os que não sabem são crianças. por isso que não quero deixar de ser uma menina, uma garota mulecona feito eu. eu que sempre gostei de brincar. bagunçar. mas sempre fui introspectiva. nunca escapei de mim mesma. não há por onde. a não ser que me liberte e esvazie minha mente. e me fazer contente.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Leo Messi

Leo Messi

Se vires tua grandeza, o quão belo és
mais do que imaginas.
Humildade que carregas, filosofia
de vida.

Sorriso tímido que tens encanta
olhos que vêem.
Forte como um leão, brincando com
seu bolão.

Se um dia tiveres liberdade
falarás a toda mocidade
que o futebol é o amor
incolor.

Leo Messi, tú és ídolo
dos maiores já tidos.
Continuar contigo será um prazer
de se ver.




Parabéns, querido Lionel Messi. Assim como muitos fãs, saiba que há uma brasileira verdadeiramente apaixonada por ti.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Obrigada

Se quiseres ouvir o som do nada, escutes. Aprenderás muitas coisas. Nada que não deverias saber.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ponto de Partida

Lavou o rosto. Nem se pôs a enxugá-lo. Queria apenas sentar em sua aconchegante poltrona azul. E olhar para o céu.
Estava desmoralizada. Sabia que em nada adiantaria reclamar. Não era o caminho. Não queria pensar em nada. Estava farta. De tudo. Se sentia tão vazia, incapaz.
Observou o céu mais uma vez. Despertou.
Fechou os olhos mediante a um vasto fluxo de pensamento que a tomava por completo. Estava sem ar. A agonia que sentia era demais. Insuportável.
No fundo, ela sabia o motivo da intolerância. Ninguém a aguentava. Nem ela mesmo conseguia se libertar. Precisava se emancipar de alguma forma.
No entanto, tinha tantas dúvidas. Tanta sede de viver. Fitava, curiosa, o azul celeste. Estava desmoralizada - de nada adiantaria reclamar.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

M.A.M: O embarque no escuro

M.A.M: O embarque no escuro
Na escuridão de uma sala, revela-se a importância do diálogo no meio artístico

O Museu de Arte Moderna (M.A.M) abriu suas portas para mais uma de suas grandes exposições: o 32º Panorama de Arte Brasileira sob o tema Itinerários, Itinerâncias. A exposição, que teve início no dia 20 de outubro do ano passado, alojou várias obras modernas, as quais chamaram a atenção do público, por suas características diversas, assim mesmo como a possibilidade de livre interpretação daquelas.
Dentre as inúmeras obras que ali estão, uma chamou atenção: o salão escuro. Ao entrar por aquela sala escura, desprovida de qualquer material ou objeto, duas mulheres emergem de uma tela, falando uma com a outra. A sensação que se tem, ao entrar na sala, é que ambas as mulheres são reais e parecem estar conversando com o público. De fato, estão. As mulheres, entretanto, estão ensaiando uma encenação ou peça teatral que farão. E para isso, ambas dialogam o tempo todo e seguram em suas mãos um roteiro, representando e simbolizando suas respectivas falas.
A cena descrita remete à arte em movimento: a sensação de ouvir e ser ouvido. Sentir e ser tocado. Valorizar o diálogo dentro da arte, - algo que está em falta nos dias atuais. O diálogo faz a arte, e a arte faz do diálogo instrumento imprescindível para maior abrangência de opiniões, observações, conversas recíprocas, compreensão maior. Articulação enquanto forma de associação de diversos fenômenos e a interdependência coexistente entre eles. A arte e o diálogo se fazem, dessa forma, inseparáveis em seu curso enquanto recursos comunicativos.
Assim como o representam as duas mulheres da tela, a fala é fator de extrema relevância para expressar-se. Contestar, criticar, relevar e certamente admirar o conteúdo artístico de uma determinada obra de arte, que não apresenta, necessariamente, beleza estética ou aparente.
A arte, ao contrário, procura desenvolver uma obra, que independentemente de seu caráter estético, contenha um valor de essência, de importância, de profundidade dentro de si. Que seja suscetível e sensível às inúmeras interpretações, pensamentos, que, aliados ao diálogo, tornam-se objetos mais enriquecedores, polêmicos, vívidos sob o olhar de cada pessoa.
A obra de arte como forma de diálogo, e revelada explicitamente pelas duas mulheres da tela na sala escura, revela outra questão: a crescente perda de diálogo entre os cidadãos. A falta de conversa entre as pessoas acarreta em visões unilaterais, formas de pensamento, que muitas vezes, são previamente estabelecidas, traçando e moldando o comportamento cada vez mais individualista de cada um dentro da sociedade.
O valor da arte consiste, ao invés disso, justamente na pluralidade de pensamentos e trocas de opiniões proporcionadas pelo diálogo. A visão de uma respectiva pessoa não deixará de ser valorizada: ela apenas se aprimorará com novas idéias propiciadas por diferentes indivíduos. A obra de arte, conseqüentemente, estará repleta de significado, a partir de formas dialogais que lhe fornecerão sentido.
A variedade de obras de arte que existem hoje não são poucas: elas estão por todos os lugares, vistas por todos os tipos de pessoas, sob diferentes ângulos. A pluralidade de opiniões e visões torna-se, portanto, cada vez mais pertinente em um mundo cada vez mais globalizado, no qual o diálogo torna-se indispensável à obra de arte e vice-versa.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Amor - Carlos Drummond de Andrade

Amor

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar
por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da
sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o
dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos
encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de
ficar juntos apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um
presente divino: o amor

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais
que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer
momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela
estivesse ali do seu lado...se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos
emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que
está marcado para a noite...se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim,

tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...se você preferir
morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou
encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem
atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as
loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.